domingo, 20 de fevereiro de 2011

Teste , arco elétrico




                                          Daniel Ferri
                      Security Technician in Labor -(S.E.S.M.T.)
               Occupational Health and Safety Assessment Series
  service specializing in security engineering and occupational medicine
                                 Reg. M.T.E. 24.842/SP
           call: 55+16 32429704/ mobile:55+16 92312045
                                 Skype: daniel.hassam
                  Web: http://tecsafety.blogspot.com/

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Proteja seus olhos durante o trabalho

Proteja seus olhos durante o trabalho


 
A cada 100 acidentes de trabalho, 90 poderiam ser evitados se fossem usados equipamentos de segurança adequados, segundo dados da Sociedade Nacional de Prevenção da Cegueira dos Estados Unidos. A segurança ocular no ambiente de trabalho é foco de constante preocupação no exterior. Nos Estados Unidos, são registrados mais de dois mil afastamentos ao dia por conta de problemas de visão. No Brasil, apesar de tímido, há um movimento por parte dos médicos oftalmologistas em divulgar alertas que visam reduzir o número de lesões.

E a informação é a principal arma para prevenir acidentes que normalmente causam limitações ou incapacidades, temporárias ou permanentes, resultando em problemas para o trabalhador e também para o empregador. "É grande o número de atendimentos a pacientes que sofrem lesões durante o trabalho, principalmente traumas. Se houvesse prevenção apenas 10% dos acidentes oculares realmente ocorreriam.", diz Renato Neves, médico oftalmologista e diretor do Hospital de Olhos Eye Care.
Os óculos de proteção com lentes são o principal acessório de segurança para os profissionais. O oftalmologista explica que os mais utilizados são os com lentes de vidro temperado ou endurecidos, com três milímetros de espessura ou lentes com vidros laminados plásticos e coloridos. "Também podem ser feitos com a correção óptica adequada."
As áreas com maior incidência de acidentes oculares são: metalúrgica, mineração, construção civil, mecânica, marcenaria, cerâmica, indústria química e alimentícia, pescaria, odontologia, indústria têxtil, transportes, salão de beleza e artes gráficas. No casos dos funcionários da indústria automotiva ou da construção, considerados os mais prejudicados, Neves diz que os problemas poderiam ser evitados com mais facilidade porque o mercado nacional já produz óculos de proteção para a maioria das ocupações industriais. Segundo ele, até mesmo professores deveriam usar óculos de proteção para privar os olhos da poeira do giz e, inclusive, do excesso de luz fluorescente a que ficam expostos.



"Cerca de 90% dos casos poderiam ser evitados se as pessoas se acostumassem a utilizar acessórios de segurança, como óculos especiais para a função que exercem. Principalmente aquelas que estão sujeitas a pó, faíscas, e ainda minúsculas partículas de metal, madeira ou plástico".
Computador - Olhos irritados ou vermelhos, cansaço visual, sensação de areia nos olhos e visão embaçada são alguns dos problemas oculares gerados pelo uso excessivo ou errado dos computadores. "Chega um momento do dia em que a pessoa começa a sentir dificuldade para focar objetos e certo desconforto na vista", explica. Para quem trabalha em frente a uma tela o dia inteiro, o oftalmologista recomenda estabelecer pausas de dez minutos a cada hora de trabalho em frente ao computador, piscando várias vezes. O ideal é sair da frente da tela e, de preferência, ir tomar um café em outro local ou olhar para uma janela.
Neves também aconselha não posicionar o computador diante de uma janela porque o excesso de luz na direção dos olhos terá efeito duplicado. É preciso trabalhar em um ambiente iluminado, inclusive com lâmpadas incandescentes. O contraste com a luz emitida pelo monitor em um local escuro faz muito mal à visão. Outra dica é hidratar o corpo e, sempre que necessário, pingar lágrimas artificiais para lubrificar o globo ocular. Caso a pessoa sinta qualquer distúrbio na visão, o ideal é consultar um especialista.
Prevenção - Na avaliação de Neves, infelizmente a prevenção ainda é muito precária porque a falta de compreensão e colaboração dos trabalhadores em adotarem estes equipamentos é muito grande. "Muitos reclamam que o equipamento atrapalha, incomoda, é feio, dificulta para ver detalhes. Isso também demonstra uma ignorância das conseqüências que a falta de segurança pode acarretar para sua vida", comenta. Do outro lado há empregadores que não adotam os equipamentos adequados por redução de custo ou falta de informação. "Vale ressaltar que o custo com a segurança é muito menor que a falta que o funcionário pode fazer no trabalho".
Orientações - Mas independente de problemas na visão causados pelo trabalho, o fundamental é se prevenir. Pessoas que não usam óculos de grau nem lentes de contato deve fazer check-up da visão a cada dois anos, entre 20 e 35 anos. Já quem tem entre 35 e 45 anos deve redobrar os cuidados, indo uma vez por ano ao oftalmologista.
Dos 35 aos 55 anos é aconselhável medir a pressão ocular uma vez por ano, prevenindo o aparecimento de glaucoma. Depois dos 55 anos, mesmo quem enxerga bem - na medida do possível - deve consultar um especialista anualmente, a fim de investigar sinais de glaucoma e alterações relacionadas à idade, como catarata e degeneração senil da mácula. "Portadores de diabetes, de fatores de risco para glaucoma (histórico familiar ou afrodescendentes) ou ainda quem tem sintomas como visão manchada, devem ir mais vezes ao oftalmologista durante o ano", aconselha.

Saiba mais sobre as lesões oculares

O oftalmologista Renato Neves, diretor do Hospital de Olhos Eye Care, explica quais são as principais lesões oculares e o como proceder quando elas ocorrem, confira:
Penetrantes - quando há perfuração em qualquer estrutura do globo ocular ou anexos, causados geralmente por objetos pontiagudos como facas, madeira, prego, vidro, projétil, estilhaços entre outros.
Contusos - quando há uma compressão no sentido antero-posterior, empurrando o globo ocular contra as estruturas orbitárias, como acontece num soco, bolada, batida de carro e objetos rombudos. Neste caso são mais atingidas as estruturas internas do olho.
Fratura da órbita - é causada por um forte impacto que aumenta muito a pressão intra-orbitária, geralmente ocorre no assoalho da órbita ou da parede lateral interna, onde a estrutura óssea é mais frágil. O paciente geralmente apresenta diplopia (visão dupla), edema, equimose periocular, enoftalmo e pode ter a face inferior anestesiada.



                                             Daniel Ferri
                    Security Technician in Labor -(S.E.S.M.T.)
            Occupational Health and Safety Assessment Series
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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

-EXPOSIÇÃO AO CALOR

EXPOSIÇÃO AO CALOR

1º PARTE

Iniciaremos, com este, uma série de artigos, nos quais serão abordados sucintamente os
conceitos necessários ao atendimento do assunto, bem como os diferentes processos de
avaliação de calor, procurando fazer uma comparação entre os diversos índices preconizados
pela literatura técnica.
Em seguida, serão focalizadas as prescrições contidas na NR-15 Anexo 5, utilizadas para
determinação de Insalubridade nos ambientes de trabalho e àquelas contidas na NR-17-
Ergonomia.
Por último, transcreveremos um artigo sobre os efeitos do calor no organismo humano,
assunto que a nosso ver, deve ser abordado por médico do trabalho.
Conceitos Fundamentais
O ser humano mantém uma temperatura interna aproximadamente constante (em torno de
37ºC) seja qual for a temperatura externa (do ambiente).
Essa característica está ligada a existência de um mecanismo fisiológico de regulação da
temperatura interna do corpo, o qual é responsável pela conservação e dissipação do calor.
A temperatura da pele, para que se mantenha o equilíbrio térmico entre o corpo e o ambiente,
deve ser sempre menor do que a temperatura central do corpo em mais ou menos 1ºC.

O equilíbrio térmico entre o corpo e o ambiente baseia-se na igualdade:
Quantidade de calor recebida = Quantidade de calor cedida
As trocas de calor necessárias para que se mantenha essa igualdade dependem,
fundamentalmente, das diferenças de temperaturas entre a pele e o ambiente e o da pressão
de vapor d'água no ar em torno do organismo, a qual, por sua vez, é influenciada pela
velocidade do ar.
É importante ressaltar que a troca de calor sempre ocorre no sentido do corpo com maior
temperatura para o de menor temperatura.
São quatro as formas pelas quais se procedem essas trocas:
· Condução - pelo contato direto do corpo com objeto mais quente;
· Convenção - através do ar ou de outro fluido em movimento;
· Radiação - através de ondas eletromagnéticas (normalmente o infravermelho).
Esses três processos podem ocorrer devido a existência de fontes externas com temperatura
mais elevada do que a da pele. Esse calor transferido é chamado de calor sensível.
Existe ainda um quarto processo que está ligado ao calor latente, utilizado para mudança de
estado (de água, em estado líquido para vapor d'água).
· Evaporação - Esse processo de troca ocorre sem que seja modificada a temperatura.
Assim, o calor recebido pelo corpo, nos casos de exposição a temperaturas elevadas, é
utilizado pelo organismo para evaporar parte da água interna através da  sudorese, não permitindo o aumento da temperatura interna.


Como metabolismo entende-se o conjunto de fenômenos químicos e físico-químicos, mediante
os quais são feitas a assimilação e desassimilação das substâncias necessárias a vida.
Calor Metabólico - é o calor produzido por esse conjunto de reações.
Quando o homem estiver em jejum e em repouso esse calor denomina-se Calor Metabólico
Basal.
A partir do próximo número, analisaremos as diversas formas de obtenção de índices ou
parâmetros utilizados como referências na identificação do conforto do organismo humano
quando exposto ao calor nos ambientes de trabalho.
À proporção que forem surgindo novos conceitos ou variáveis, os mesmos serão analisados.


EXPOSIÇÃO AO CALOR
2ª PARTE

AVALIAÇÃO DE SOBRECARGA TÉRMICA

Dando prosseguimento a série de artigos sobre calor trataremos dos índices utilizados para
avaliação de sobrecarga térmica a que podem estar submetidos os trabalhadores.
Como já vistos nos artigos anteriores, os fatores que determinam a sobrecarga térmica são: a
temperatura ambiente, a umidade relativa, o calor radiante, a velocidade do ar e o
metabolismo gerado no desenvolvimento do trabalho/atividade. Por conseguinte, qualquer
método de trabalho que vise a avaliação da sobrecarga térmica deverá levar em conta os
citados fatores.
Existem diversos métodos e estudos que pretendem avaliar, mediante a utilização de um
índice as características do ambiente, bem como, os limites aceitáveis de exposição ao calor
aos quais podem estar expostos os trabalhadores. No entanto, devido a grande quantidade de
variáveis envolvidas no processo não se conseguiu ainda nenhum método que reflita de
maneira fiel a avaliação da sobrecarga térmica.
Apresentaremos agora a fundamentação e método de alguns dos índices mais utilizados,
fazendo uma análise prática de sua aplicação no campo da Segurança e Saúde do Trabalhador.
Os métodos podem ser divididos em dois grandes grupos:
Métodos Fisiológicos (Empíricos)
Estes métodos estão baseados em estudos realizados com grupos de pessoas (grupos de
controle). A partir da análise dos dados estatísticos obtidos, são construídos gráficos e tabelas
que são utilizados como base para avaliação do problema.
Métodos Instrumentais
Esses procedimentos procuram buscar um modelo físico/matemático que se assemelhe às
condições a que estariam sujeitos os trabalhadores, quando expostos aos fatores do ambiente
que influenciam a sobrecarga térmica.
Entre os métodos fisiológicos adquire importância o Índice de Temperatura Efetiva.
Esse Índice foi inicialmente proposto (1923) pela American Society of Heating  and Vantilatng
Engineers (ASVHE). Concebido a princípio como um critério de avaliação de conforto térmico, o
método está baseado no estudo das respostas de grandes conjuntos de pessoas que trabalham
em ambientes com diferentes combinações de temperatura, umidade e movimentação de ar. A
idéia fundamental do método foi de reunir, em uma única designação, ou seja, em um Índice,
todas as condições climáticas que produzem uma mesma ação fisiológica.
Assim, por exemplo, as condições de temperatura do ar de 20ºC com umidade relativa de
100%, sem movimentação de ar (V = 0 m/s) corresponderá a uma temperatura efetiva de
20ºC .
Utilizando-se de dados obtidos com base puramente subjetiva serão verificadas outras
temperaturas que, para  umidades relativas diferentes, provoquem as mesmas sensações de
calor que a temperatura efetiva de 20ºC.
Isso ocorre para as condições do ambiente com umidade relativa do ar de 20% e temperatura
de 24ºC (sem movimentação de ar).
Todas as respostas subjetivas podem ser  plotadas em gráficos (diagramas  psicrométricos) e
com eles obtidos os valores do Índice de Temperatura Efetiva.
Como podemos observar, o Índice de Temperatura Efetiva leva em consideração os seguintes
parâmetros:
· Temperatura do ar (bulbo seco) – (ºC)
· Umidade relativa do ar – (%)
· Velocidade do ar – (m/s)
O Índice de Temperatura Efetiva perde representatividade quando aplicado em exposições ao
calor em condições distintas das de conforto térmico, já que não completa nenhum fator para
avaliação do metabolismo total.
Esse Índice já foi adotado no Brasil para a caracterização de condições insalubres
(TE > 28ºC - Portaria 491), tendo sido revogado quando da entrada em vigor da Portaria
3.214/78 - NR - 15 - anexo 3 que instituiu o IBUTG como índice de avaliação das condições de
insalubridade.
Atualmente, o Índice de Temperatura Efetiva é adotado como parâmetro na determinação de
conforto térmico (NR - 17 - Ergonomia, item 17.5.2 - alínea “b”).
De posse desses valores, os mesmos devem ser comparados com àqueles especificados pelas
Normas Técnicas como limites de tolerância para conforto térmico.
Outra restrição que se apresenta quando da aplicação desse Índice é que o mesmo não leva
em conta a troca de calor devida a radiação. Quando existem fontes de calor radiante no
ambiente, as variáveis utilizadas não são suficientemente representativas das verdadeiras
condições de exposição ao calor.
Nesse caso,  usa-se o Índice de Temperatura Efetiva Corrigido, que é obtido substituindo-se
nos ábacos a Temperatura de Bulbo Seco (Tbs) pela Temperatura de Globo (Tg) - que é
representativa do calor radiante - e, com auxílio de uma carta psicrométrica, determina-se a
Temperatura de Bulbo Úmido (Tbu) que o ar possuiria com a mesma quantidade de vapor
d’água, ou seja, com a mesma umidade absoluta se esse ar fosse aquecido para a nova temperatura.
Para o caso de aplicação das grandezas descritas com vistas ao atendimento da NR - 17 –
Ergonomia, as condições limitantes são: além da temperatura efetiva entre 20 e 23ºC, a
velocidade do ar não podendo ser superior a 0,75 m/s (1,5 pés/s) e a umidade relativa do ar
não podendo ser inferior a 40%.
Dentro desses condicionantes, sem existência de fontes de calor radiante no ambiente, a
temperatura efetiva é um índice razoavelmente representativo do conforto térmico. Não se
pode, entretanto, concluir que a inobservância desses parâmetros possa levar a se considerar
a existência de condições de insalubridade por calor.
De qualquer forma, o Índice de Temperatura Efetiva é mais representativo das condições de
conforto térmico do que o IBUTG.

EXPOSIÇÃO AO CALOR

3ª PARTE

ÍNDICE  DE  TEMPERATURA  EFETIVA

Dando continuidade ao assunto enfocado no artigo anterior (2ª parte), abordaremos alguns
aspectos que devem ser levados em consideração quando da aplicação do  Índice de
Temperatura Efetiva (TE).
O TE foi o primeiro dos índices empíricos estabelecidos e até recentemente o mais largamente
utilizado para a determinação da avaliação de calor nos ambientes de trabalho.
Como já visto, esse Índice é função de três variáveis:
· temperatura de bulbo seco
· umidade relativa do ar (medida através da temperatura de bulbo úmido)
· velocidade do ar
A umidade absoluta do ar é responsável pelo controle da evaporação de suor gerado pelo
corpo. Uma umidade absoluta de ar elevada dificulta a evaporação do suor, e representa,
portanto, uma barreira técnica para o organismo eliminar o calor gerado pelo metabolismo.
A atmosfera em que vivemos é uma composta de uma fase gasosa (21% de oxigênio, 78% de
nitrogênio e 1% para outros gases) e vapor d’água. O ar não pode conter, a uma tal
temperatura, mais que uma certa quantidade de vapor d’água.
A umidade relativa do ar é definida como sendo a relação entre o peso de vapor d’água contido
em um dado volume de ar, e o peso do mesmo que saturaria a mistura a mesma temperatura,
em igual volume de ar.
Como a umidade relativa do ar é função da temperatura do ambiente, quando a temperatura
aumenta (umidade absoluta do ar constante), diminui a umidade relativa do ar. Com isso
diminui a influência da umidade no cálculo do  Índice, ou seja , o  Índice subestima a
importância da umidade do ar.
Quando a temperatura do ambiente diminui (umidade absoluta do ar constante), aumenta a
umidade relativa do ar, fazendo com que cresça sua influência no cálculo do Índice, ou seja,
nessa situação a importância da umidade do ar é superestimada.
O Índice de Temperatura Efetiva é determinado através da utilização de ábacos , em que três
variáveis são plotadas:
· temperatura de bulbo úmido ( Tbu)
· temperatura de bulbo seco (Tbs)
· velocidade do ar (Va)
A temperatura de bulbo úmido incorpora a variável de umidade relativa do ar, necessária ao
cálculo da temperatura efetiva.
Deve-se ainda acrescentar que podem apresentar-se duas situações distintas para aplicação
desse Índice.
A primeira, refere-se às condições laborais em que o trabalhador encontra-se sem vestimenta
completa, ou seja, de dorso descoberto; a segunda refere-se àquelas em que o trabalhador encontra-se com o dorso coberto.


Para a determinação do Índice aplicam-se ábacos, que são construídos levando em conta essas
condições diferentes de troca de calor com o ambiente.
· na primeira, com o dorso desnudo, a evaporação cresce com o aumento da área
de evaporação e, portanto, o Índice de Temperatura Efetiva é menor;
· na segunda, quando o trabalhador se encontra vestido, isto é, de dorso coberto,
o Índice de Temperatura Efetiva resultante será maior.
Outra restrição que se apresenta quando da aplicação desse Índice é que o mesmo não leva
em conta a troca de calor devida a radiação. Quando existem fontes de calor radiante no
ambiente, as variáveis utilizadas não são suficientemente representativas das verdadeiras
condições de exposição ao calor.
Nesse caso,  usa-se o  Índice de Temperatura Efetiva Corrigido,  que é obtido substituindo-se
nos ábacos a Temperatura de Bulbo Seco (Tbs) pela Temperatura de Globo (Tg) (que é
representativa do calor radiante) e, com auxílio de uma carta  psicrométrica, determina-se a
Temperatura de Bulbo Úmido (Tbu) que o ar possuiria com a mesma quantidade de vapor
d’água (ou seja, com a mesma umidade absoluta) se esse ar fosse aquecido para a nova
temperatura.
Para o caso de aplicação das grandezas descritas com vistas ao atendimento da NR-17 -
Ergonomia, as condições  limitantes são: além da temperatura efetiva entre 20 e 23 °C, a
velocidade do ar não podendo ser superior a 0,75 m/s (1,5 pés/s) e a umidade relativa do ar
não podendo ser inferior a 40%.
Dentro desses condicionantes, sem existência de fontes de calor radiante no ambiente, a
temperatura efetiva é um índice razoavelmente representativo do conforto térmico. Não se
pode, entretanto, concluir que a inobservância desses parâmetros possa levar a se considerar
a existência de condições de insalubridade por calor.
De qualquer forma o  Índice de Temperatura Efetiva é mais representativo das condições de
conforto térmico do que o IBUTG.

EXPOSIÇÃO AO CALOR

4ª PARTE

ÍNDICES DE AVALIAÇÃO DE CALOR

Após termos discutido os índices de avaliação de calor mais utilizados: IBUTG (Índice de Bulbo
Úmido - Termômetro de Globo), TE (Temperatura Efetiva) e TEC (Temperatura Efetiva
Corrigida), abordaremos neste artigo outro índice também adotado com freqüência na
avaliação de calor.
Índice de Sobrecarga Térmica
O Índice de Sobrecarga Térmica foi desenvolvido, na década de 50, por  Belding e  Hatch na
Universidade de  Pittsburgh e combinava os efeitos do calor radiante e de  convecção com o
calor gerado pelo metabolismo.
O Índice de Sobrecarga Térmica (IST) é essencialmente uma decorrência da equação de
balanço térmico que inclui fatores metabólicos e ambientais.
Belding e  Hatch partiram do princípio fisiológico de que o máximo tolerável de exposição a
calor é aquele em que o equilíbrio térmico possa ser mantido (para determinada carga de
trabalho), sem que haja elevação excessiva da temperatura da pele. O valor do IST representa
a relação entre a quantidade de calor que um indivíduo, submetido a um ambiente térmico
determinado, necessita evaporar através da sudorese e a quantidade de máxima de calor que
pode ser eliminada naquele ambiente.
Em outras palavras o IST é quociente entre a evaporação requerida (Ereq) e a evaporação
máxima (Emáx), normalmente expressa sob a forma percentual.
IST = (Ereq / Emáx).100
O IST é um dos métodos que permite uma avaliação mais correta da sobrecarga térmica,
tendo em vista que contempla todos os parâmetros que influem nos ganhos e perdas de calor
pelo indivíduo. Seu principal inconveniente está na complexidade dos cálculos para
determinação do calor radiante e de  convecção e na necessidade da exata determinação de
todos os parâmetros físicos e do metabolismo total que não são facilmente medidos de uma
maneira exata.
A evaporação requerida (Ereq) e a evaporação máxima (Emáx) podem ser avaliadas por meio
de equações empíricas desenvolvidas por Mc  Karns e  Brief mediante a utilização de um 
nomograma. As equações utilizadas são as seguintes:






R = 17,5 (Tw - 95)
C = 0,756 V
0,6
 (Ta - 95)
Emáx = 2,8 V
0,6
 (42 - Pw)
Onde:
R = Calor trocado por radiação (Btu/h)
C = Calor trocado por convecção (Btu/h)
Emáx.= Calor máximo perdido por evaporação (Btu/h)
Tw = Temperatura radiante média (ºF)
Ta = Temperatura ambiente (ºF)
V = Velocidade do ar (ft/min)
Pw = Pressão de vapor (mm Hg)

Cabe aqui informar que este índice é um indicador das condições de desconforto térmico, o IST
não é aplicável em condições de excessivo calor. O IST não identifica corretamente as
diferenças existentes em um ambiente quente e seco e outro quente e úmido.


EXPOSIÇÃO AO CALOR

5ª PARTE

QUESTÕES POLÊMICAS

Finalizando esta série de artigos trataremos neste número de algumas questões polêmicas que
normalmente são colocadas pelo profissionais quando se deparam com a necessidade de
realizar uma avaliação de calor nos ambientes de trabalho.
Devem ser levadas em conta na aplicação do Anexo 3 da NR-15 apenas as fontes artificiais de
calor e desconsideradas as naturais?
Atualmente a NR-15 – Atividades e Operações Insalubres, em seu Anexo 3 – Limites de
Tolerância para Calor, indica dois procedimentos para cálculo do IBUTG (já definidos no
decorrer destes artigos), um para ambientes internos (sem carga solar) e outro para
ambientes externos (com carga solar – Fontes Naturais e Fontes Artificiais ou somente Fontes
Naturais). Isto posto, dentro do que prescreve o diploma legal, devemos aplicar os Limites de
Tolerância para Calor seja o mesmo gerado por fontes naturais ou artificiais.
Julgamos que a origem de tal dúvida decorre do fato de que anteriormente a entrada em vigor
da Portaria n.º 3.214/78, a Portaria MTPS n.º 491 de 10.09.1965 então vigente, determinava
que a caracterização de insalubridade por calor ficasse restrita aos ambientes com fontes
artificiais, não levando em conta a contribuição decorrente da exposição a radiação solar.
Qual a metodologia a ser utilizada para a realização das avaliações de calor?
Atualmente a metodologia nacional mais utilizada é a NHT 01 C/E da FUNDACENTRO
que define os procedimentos básicos que devem ser seguidos quando da realização
de avaliações de calor.
A metodologia da FUNDACENTRO foi elaborada tomando-se por base a avaliação
executada com o auxílio de “árvore de termômetros”. Na época da elaboração da
metodologia o número de equipamentos eletrônicos para avaliação de calor ainda era
muito reduzido. Atualmente com o avanço da tecnologia digital os profissionais
envolvidos contam com equipamentos eletrônicos bastante precisos e repletos de
recursos (armazenamento de várias medições, impressão de resultados e outros), e
ainda com a vantagem de serem equipamentos portáteis bem mais fáceis de serem
montados e transportados.
Será o IBUTG o índice mais adequado para avaliação de sobrecarga térmica no Brasil?

Aqueles que acompanharam esta série de artigos sobre avaliação de calor já devem possuir
uma idéia bastante clara a respeito da inadequação do IBUTG a nossa realidade. Obviamente,
o referido índice não é adequado pois foi elaborado para as condições americanas de
treinamento militar. Para encontrarmos uma solução para esse problema teremos que elaborar
um novo índice ou adaptarmos o IBUTG às condições brasileiras (lembrem-se do exemplo da
Suécia anteriormente apresentado).
Quais as medidas sugeridas?
Sem a realização de pesquisas específicas para as condições do trabalhador brasileiro, ficamos
sujeitos a copiar, e normalmente de maneira atrasada no tempo e defasada na qualidade, as
experiências americanas ou européias. E com a agravante que, para o caso brasileiro esses
limites adotados são utilizados para caracterização legal dos adicionais de insalubridade e com reflexos até na concessão do benefício da aposentadoria especial.
Necessitaria portanto a SSST, em conjunto com a FUNDACENTRO, Sociedades Técnicas e
Universidades iniciar uma pesquisa ampla e profunda das verdadeiras contribuições das
condições ambientais do calor para a saúde do trabalhador brasileiro.



  Daniel Ferri
                 Security Technician in Labor -(S.E.S.M.T.)
          Occupational Health and Safety Assessment Series
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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

PAIR: Perda Auditiva Induzida por Ruído

PAIR: Perda Auditiva Induzida por Ruído
 
Perda Auditiva Neurossensorial por Exposição Continuada a Níveis Elevados de Pressão Sonora de Origem Ocupacional
Rachel Rocha Cintra – Fonoaudióloga Clínica e Ocupacional
CARACTERIZAÇÃO:
A PAIR se caracteriza pela perda gradual e progressiva da acuidade auditiva e a sua forma de apresentação é determinada por estes aspectos:
1.       Ser sempre neurossensorial, pois afeta a cóclea do indivíduo. Isso significa que a PAIR é um tipo de perda auditiva irreversível;
2.       Ser, geralmente, bilateral;
3.       Não haverá progressão da PAIR, caso seja cessada a exposição do indivíduo ao ruído;
4.       A presença de PAIR não torna o indivíduo mais sensível à exposição ao ruído. Ao contrário, à medida que aumenta o grau da perda de audição, a progressão da perda se dá mais lentamente;
5.       Possui características típicas a nível de suas configurações audiométricas;
6.       O indivíduo portador de PAIR pode desenvolver intolerância a sons intensos, queixar-se de zumbidos e de diminuição da inteligibilidade de fala.
INCIDÊNCIA
A PAIR ocupa o segundo lugar entre as doenças mais freqüente do aparelho auditivo, sendo superada apenas pela presbiacusia ( degeneração auditiva pela idade). Também ocupa o segundo lugar entre as doenças ocupacionais, sendo suplantada apenas pelas dermatoses ocupacionais.
DETECÇÃO
Todo trabalhador exposto a ruído deve ser submetido a um processo de rastreamento da PAIR, sendo que, um indivíduo só será considerado exposto ao risco de adquirir um dano auditivo devido a ruído quando o tempo de exposição diário ultrapassar o limite proposto para cada nível de pressão sonora.
Para que este rastreamento seja realizado, todo trabalhador deve ser submetido, num primeiro momento, a uma audiometria realizada em condições técnicas ideais, que tem como finalidade expressar de maneira fiel a real situação dos limiares auditivos tonais. Esta é a chamada audiometria de referência.
Contra a de referência serão comparadas todas as audiometrias seqüenciais, que, por razões de praticidade, podem ser executadas em menor exigência técnica.
Sempre que uma audiometria seqüencial mostrar uma diferença significativa em relação à de referência, o trabalhador deve ser submetido a novo teste, agora em condições ideais, e, caso a diferença se confirme, a última passa a ser a nova audiometria da referência.
EXAME AUDIOMÉTRICO
A execução da audiometria deve obedecer a certos preceitos de qualidade que definirão o grau de confiabilidade dos resultados:
·         Profissional qualificado para execução do teste: os profissionais médico e fonoaudiólogo são os únicos habilitados para executar exames audiológicos.;
·         Equipamento ( audiômetro ) periodicamente calibrado;
·         Local adequado para realização do exame: Cabina audiométrica ou ambiente acusticamente tratado;
·         Repouso auditivo em torno de 14 horas antes de realizar a audiometria;
·         A otoscopia ou meatoscopia prévia;
·         Teste pelas vias aérea (analisa os ouvidos externo e médio) e óssea (analisa o ouvido interno) nas freqüências de 250 Hz a 8.000 Hz;
·         Periodicidade dos testes: 6 meses após a admissão e, a partir de então, repetições anuais. Caso haja PAIR, de 3 em 3 meses;
DIAGNÓSTICO
Para se diagnosticar a PAIR, devemos analisar:
·         O gráfico audiométrico;
·         A história clínica e ocupacional do indivíduo;
·         O tempo de exposição ao ruído;
·         A exposição a outros agentes ototóxicos ou otoagressivos;
·         Fatores ligados ao indivíduo (susceptibilidade individual)
·         Idade, raça, sexo;
·         Outras doenças e traumatismos.
PROGNÓSTICO
Como as células sensoriais do órgão de Corti (localizado na cóclea) não se regeneram depois de destruídas, não existe tratamento clínico para restaurar a audição. Desta forma, o melhor procedimento diante desta patologia é a PREVENÇÃO, que pode ser feita através dos Programas de Conservação Auditiva (PCA) que incluem o uso do equipamento de proteção individual – protetor auditivo.
O protetor auditivo ideal, ao invés daquele de melhores especificações técnicas, é aquele que é mais aceito e utilizado pelos indivíduos expostos ao risco.
Os fatores que devem ser levados em consideração na escolha dos tipos e modelos de protetores auditivos a serem usados são:
1.       Grau de conforto proporcionado pelo equipamento;
2.       Facilidade de colocação, manuseio e manutenção;
3.       Capacidade de atenuação do ruído;
4.       Vida útil;
5.       Custo do produto.
ASPECTOS LEGAIS
No Brasil, a exposição de trabalhadores ao ruído e suas conseqüências é regulamentada por dois Ministérios: do Trabalho e da Previdência Social. A legislação vigente ainda não se mostrou eficaz, nem na prevenção aos danos, nem na sua reparação.
Mas é oportuno lembrar que, o bem jurídico no qual se centra a atenção do regime reparatório dos acidentes e doenças ocupacionais, não é tanto a integridade física ou funcional, mas a integridade produtiva, isto é, o indivíduo como portador de determinada potencialidade de trabalho.
A PAIR na grade da maioria dos casos, não acarreta incapacidade para o trabalho porque de uma maneira geral a perda auditiva neurossensorial ou mesmo a redução da capacidade auditiva não interfere nas habilidades requeridas na maioria das atividades operacionais.
Assim, todos os casos de incapacidade somente funcional (redução da capacidade auditiva sem repercussão para a atividade / função do segurado ), se constatada, se configura uma condição não enquadrável, portanto não indenizável, na legislação previdenciária.






                                    Daniel Ferri
                  Security Technician in Labor -(S.E.S.M.T.)
           Occupational Health and Safety Assessment Series
service specializing in security engineering and occupational medicine
                               Reg. M.T.E. 24.842/SP
           call: 55+16 32429704/ mobile:55+16 92312045
                                 Skype: daniel.hassam
                   Web: http://tecsafety.blogspot.com/




                                    

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011




Amputados Vencedores é um livro que relata a experiência pessoal de Flávio Peralta, um jovem que, inesperadamente, se vê diante da morte, após levar um choque de 13.800 volts e teve que amputar os dois braços, e decide lutar pela vida.Neste relato sincero e corajoso retrata o seu sofrimento e o de seus familiares, as dificuldades e os desafios, o processo de recuperação e adaptação familiar e, finalmente, a superação, os desafios de se casar e de se tornar pai e mais tarde de se reinventar profissionalmente. Como ele mesmo relata, “chego a esquecer que não tenho os dois braços; quando, por exemplo, numa palestra, tenho a oportunidade de falar sobre segurança no trabalho, prevenir acidentes e motivar as pessoas a enfrentarem os desafios que surgem a cada dia. Parece que, hoje, sem os dois braços, sei enfrentar melhor os desafios da vida”.
O livro mostra que existe vida e felicidade após a amputação e que ser feliz é uma escolha possível!

"VIA LEGAL"